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O Materialismo da Igreja Ecológica Amazônica Deixa Karl Marx Atrás

quarta-feira, 22 de agosto de 2018 |

Tudo Saudável, o menor preço em Produtos Naturais
O então ministro da Justiça Tarso Genro (PT) em cerimônia Kuarup 
pelos mortos no Xingu, 2007. Foto Beth Begonha-ABr

O Documento Preparatório, comentado por Jeanne Smits evidentemente não foi escrito por índio algum, mas sim por teólogos de cenáculos fechados com forte predominância europeia.

Ele adota um vocabulário e modos pagãos para definir a “admiração sem limites pela natureza”. E a põem no cerne da religiosidade da Igreja ecológica-panteísta amazônica que excogitaram em seus conventículos:

É a água, através de suas cachoeiras, rios e lagos, que representa o elemento articulador e integrador, tendo como eixo principal o Amazonas, o rio mãe e pai de todos. 

“Num território tão diverso, pode-se imaginar que os diferentes grupos humanos que o habitam precisavam adaptar-se às distintas realidades geográficas, ecossistêmicas e políticas”. (nº 8, Documento Preparatório do Sínodo dos Bispos para a Assembleia Especial para a Pan-Amazônia [outubro de 2019])


Segundo a concepção panteísta do Documento, o elemento “integrador” do homem com a natureza é a matéria, a água. Mas não se trata do materialismo grosseiro de Marx.

As esquerdas há anos vem preparando a imensa paganização e o rebaixamento socio-cultural
que se anuncia com a Igreja panamazônica

É algo mais avançado: a matéria tem vida! Essa água e parte de uma divindade absoluta que tudo rege e à qual o Documento Preparatório atribui a paternidade e a maternidade simultânea (sic!). Uma divindade no gosto da agenda LGBT!

Não se fala da inteligência nem da alma espiritual humana, feita à imagem e semelhança de Deus, que é um puro espírito. Quem conduz as células do novo deus é a atividade material de um elemento primordial: a água, abundante no Amazonas.

Os homens, o que têm de fazer? Deixarem-se levar como folhas que boiando no rio.

Na concepção da neomissiologia agora travestida de ecologia, advertiu o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira há 40 anos no profético livro Tribalismo Indígena, ideal comuno-missionário para o Brasil no século XXI (Editora Vera Cruz Ltda, São Paulo, 7ª edição, 1979):

“O homem não é uma pessoa que tem uma finalidade imediata em si mesmo, e outra transcendente em Deus. Mas é como a peça em um todo.

“A peça vive para o todo. Destacada do todo, ela nada vale e, por assim dizer, nada é. Do todo lhe vem por inteiro a inspiração, o impulso, a vida.”

Por isso, a jornalista Jeanne Smits repara com espanto a frase ‘o rio dirige a vida’:

“Os camponeses da Amazônia e suas famílias utilizam as várzeas, em sintonia com o movimento cíclico de seus rios – inundação, refluxo e período de seca –, numa relação de respeito por entenderem que ‘a vida dirige o rio’ e ‘o rio dirige a vida’. 

“Ademais, os povos da selva, recolhedores e caçadores por excelência, sobrevivem com aquilo que a terra e a floresta lhes oferecem.” (nº 12, id. ibid).

Essa dependência visceral bane o papel diretor do homem sobre a criação material, determinada pela vontade de Deus  quando lhe ordenou segundo registra a Bíblia:

“Frutificai, disse Ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra” (Gênesis, 1-28).

A terra cuida deles”. Imagine o leitor um governante que dissesse aos cidadãos: para suas necessidades, fiquem aguardando que a terra lhes dê espontaneamente o que precisam! Não há mais governo e não estará aqui quem lhes fala!

Talvez os mesmos teólogos anticapitalistas verdes e vermelhos se insurgiriam contra o imaginário governante que propusesse essa insensatez. Poderiam até pregar uma revolução.

Mas não é o que eles postulam para o “mundo de Alice” e as mil maravilhas que imaginam para a igreja panamazônica.

O Documento Preparatório nunca se esquece de voltar ao inimigo número 1 de sua utopia: a atividade econômica e civilizadora humana, apresentada como predadora:

“Hoje, a riqueza da selva e dos rios da Amazônia está ameaçada pelos grandes interesses econômicos que se alastram sobre diferentes regiões do território” (nº 13, id. ibid)

Segundo Jeanne Smits, o que há por detrás dessa incongruência pensada “é a noção fundamental da espiritualidade imanentista que atribui à natureza um poder e, sobretudo, uma ‘maternidade’ que nada tem a ver com a paternidade divina e sobrenatural que absolutamente não está em odor de santidade entre os adoradores da ‘Pachamama’, a Mãe Terra”.

Irmãs Salesianas em Porto Velho, 1940, promoveram escolas e hospitais. 
Hoje são lembradas como próceres.
Após a "mudança de paradigma", essa obra apostólica será tida como cúmplice do "mal".

Para quem entrou na utópica fusão panteísta, na mata amazônica não há obviamente mal algum.

O mal existente vem de fora, como consequência de um fato também material: o aproveitamento das riquezas naturais pelo homem civilizado.

Esse é culpado pelo sofrimento da ‘floresta primigênia’, dotada de uma imaculada inocência e de uma esquisita sensibilidade. Os demais males sociais, institucionais, climáticos, etc. são gerados por esse capitalismo extrator.

A velha teoria da luta de classes como motor da evolução da matéria de Marx e Engels ganha um inesperado rejuvenescimento: do proletário em luta contra o burguês pulamos para a mata virgem explorada contra o ser humano explorador.

Eis o novo proletariado e o novo opressor! Eis o supremo conflito dialético planetário que trabalha nas vísceras da matéria divinizada!

Smits se sente chocada pelo esquerdismo igualitário – aliás, primário – das soluções propostas no Documento: 

“As cidades também se caracterizam pelas desigualdades sociais. 

“A pobreza produzida ao largo da história gerou relações de subordinação, de violência política e institucional, aumento do consumo de álcool e drogas – tanto nas cidades como nas comunidades –, e representa uma ferida profunda nos corpos dos povos amazônicos” (nº 14, id. ibid).

Fazenda Buriti invadida e incendiada por índios 
teleguiados pela nova missiologia de luta de classes, em Sidrolândia, MS

Desigualdades sociais, submissão de alguns homens a outros. Esses males, supremos para o comunismo, são apontados na continuidade lógica do pensamento marxista-leninista.

E misturados com os males da prostituição, da miséria, das exações injustas, bem ao estilo da propaganda subversiva social-comunista.

A sociedade capitalista é descrita como inumana porque aprova o lucro, o acúmulo de bens, a propriedade, o capital (que é trabalho acumulado), e a família, que tem no pai um rei doméstico.

Essa sociedade anti-igualitária de raízes cristãs, recomendada até agora pela Igreja, é definida como sendo na sua essência uma criminosa “ferida profunda nos corpos dos povos amazônicos”.

Um comunista, até mesmo do caduco estilo soviético, não faria afirmações diversas, mas talvez não fosse tão longe.

Leia mais:



Índios: Modelo da "Conversão Ecológica" Postulada Pelo Papa Francisco





Fontes:
- Verde: A Nova Cor do Comunismo: O Materialismo da Igreja Ecológica Amazônica Deixa Karl Marx Atrás
- CIMI: Amazônia: Novos Caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral (PDF)

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