RSS do Blog Anti-NOMBlog Anti-NOM no Google Mais Twitter do Blog Anti-NOM Facebook do Blog Anti-NOM

Salsicha, Bacon e Linguiça são Cancerígenos, diz a OMS

quarta-feira, 28 de outubro de 2015 |

Tudo Saudável, o menor preço em Produtos Naturais
Salsicha Bacon e Linguiça são Cancerígenos diz a OMS

Além do rótulo de cancerígeno aplicado às carnes processadas, a Organização Mundial da Saúde também qualifica a carne vermelha como “provavelmente” cancerígena. A ingestão de carne processada é cancerígena e a de carne vermelha provavelmente também, alertou esta segunda-feira um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Neste seu mais recente relatório sobre o câncer, tornado público esta segunda-feira, a OMS, através da sua Agência Internacional de Investigação do Câncer (IARC), colocou as salsichas, o bacon e o presunto (entre outras carnes salgadas ou defumadas) no mesmo grupo de substâncias cancerígenas (“grupo 1”) que o tabaco, o amianto e os gases de escape emitidos pelos motores a gasóleo. A decisão prende-se com o fato de que existem “provas suficientes de que, nos humanos, o consumo de carnes processadas provoca câncer colo-retal”, especifica a IARC em um comunicado. Também foi detectada uma associação entre o consumo de carne processada e o câncer do estômago.

Mas não só: segundo o mesmo relatório, a carne vermelha, onde a IARC inclui a carne de vaca, de borrego ou de porco, foi classificada como sendo “provavelmente cancerígena nos humanos” (“grupo 2A”), passando a integrar a mesma lista que o glifosato, uma substância contida em muitos herbicidas. A associação entre o consumo de carne vermelha e o câncer foi observada sobretudo em relação ao câncer colo-retal, mas também aos cânceres do pâncreas e da próstata.

A IARC reuniu, para realizar esta avaliação a partir da massa de resultados científicos que tem vindo a ser publicada ao longo dos últimos 20 anos, um grupo 22 especialistas, oriundos de dez países. Os peritos concluem que, por cada 50 gramas de carne processada ingerida diariamente, o risco de câncer colo-retal aumenta 18%.

Individualmente, o risco de uma pessoa desenvolver câncer colo-retal por consumir carne processada é pequeno, mas esse risco aumenta à medida que aumenta a quantidade de carne consumida”, diz Kurt Straif, citado pelo comunicado da IARC. “E dado o elevado número de pessoas que consomem carne processada, o impacto global na incidência do câncer torna-se importante em termos de saúde pública.

A classificação menos grave das carnes vermelhas como cancerígenas traduz o fato das provas de que este tipo de carne provoca câncer serem mais "limitadas". Posto isto, a conclusão da IARC é que, a cada 100 gramas de carne vermelha ingerida diariamente, o risco de câncer aumenta 17%, lê-se em um artigo, também publicado esta segunda-feira, na revista The Lancet Oncology, por nove dos peritos em nome do grupo todo.

O grupo avaliou mais de 800 estudos epidemiológicos de potenciais associações entre o consumo de carne vermelha ou processada e o câncer, realizados “em um grande número de países, de vários continentes, com diversas etnicidades e dietas alimentares”, explicam os autores do artigo.

A carne vermelha é, salientam, essencialmente o tecido muscular de mamíferos tais como vacas, vitelas, porcos, cordeiros, cavalos ou cabras, "pode apresentar-se desfiada ou congelada e é habitualmente consumida após cozedura". Quanto à carne processada, trata-se de carne "salgada, curada, fermentada, defumada ou de alguma forma tratada para realçar seu sabor ou melhorar  sua conservação". A maior parte da carne processada contém porco ou vaca, mas pode também conter outras carnes vermelhas, aves, miudezas (como o fígado) ou subprodutos como sangue.

Os elementos do grupo não deixam contudo de lembrar que “a carne vermelha contém proteínas de alto valor biológico e importantes micronutrientes, como vitamina B, ferro (...) e zinco".

 Todavia, escrevem, é conhecido que a defumação e outros tratamentos “podem resultar na formação de compostos químicos cancerígenos”, algo que também é susceptível de acontecer quando a carne vermelha é cozida. “O cozimento a altas temperaturas, na frigideira, na grelha ou no churrasco produzem geralmente as maiores quantidades destes químicos”, lê-se no mesmo artigo.

Mas como explica por outro lado a IARC em seu site, “não existem dados suficientes para se concluir se a forma de cozinhar a carne afeta ou não o risco de câncer”.

De fato, as conclusões agora apresentadas corroboram algo que já se sabia – e “confirmam as recomendações atuais de saúde pública para se limitar o consumo de carne”, comenta Christopher Wild, diretor da IARC, citado no já referido comunicado.

Seja como for, o anúncio dos resultados gerou logo críticas por parte dos industriais da carne, nomeadamente nos EUA. “Se esta for de fato a decisão da IARC, ela simplesmente não pode ser aplicada à saúde das pessoas porque apenas considera uma das peças do quebra-cabeças, a saber os perigos teóricos”, declarou Barry Carpenter, presidente do Instituto Norte-Americano da Carne, citado pela agência Reuters.

Já em Portugal, noticiou a agência Lusa, a bastonária da Ordem dos Nutricionistas considera que a decisão da IARC constitui uma oportunidade para aumentar o consumo de hortifrutícolas no país.

De qualquer maneira, ainda segundo a Lusa, que cita o relatório Alimentação Saudável em Números 2014 da Direção-Geral da Saúde (DGS), a tendência para o consumo de carne de vaca e de porco tem diminuído em Portugal desde 2008, enquanto a carne de aves tem ocupado um maior lugar na alimentação dos portugueses. “Mesmo assim, a proporção de proteína de origem animal ainda está acima do desejável", refere esse relatório, que recorre a dados do Instituto Nacional de Estatística entre os anos de 2008 e 2012.

Reagindo na tarde desta segunda-feira à decisão da OMS, a DGS, citada pela Lusa, considera que o consumo de carne processada não é problemático, desde que seja moderado e em refeições com alimentos protetores, como as frutas e verduras.

"A novidade é o grau do reforço" do alerta, explicou Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS, para quem as indicações da DGS nesta matéria vão manter-se e apontam no sentido do consumo moderado deste tipo de alimentos.

"Não é um bife de vaca que, apesar de dever ser consumido de forma moderada, vai provocar o câncer. Agora, seu consumo deve manter-se ou ser reduzido para até 500 gramas por semana, o que equivale a quatro ou cinco refeições de carne por semana", explicou.

"Continuamos a comer mais ou menos a mesma coisa, apesar dos alertas", lamentou contudo, lembrando que "a alimentação inadequada é um dos fatores que mais rouba anos de vida das pessoas, principalmente dos portugueses".

 Participe da discussão no Fórum Notícias Naturais.

Leia mais:

Afinal carne faz bem ou faz mal 
Afinal, carne faz bem ou faz mal?

  10 Alimentos Causadores de Câncer que Você Deve Banir de seu Menu 
Dez Alimentos Causadores de Câncer que Você Deve Banir de seu Cardápio

Fontes:
- Publico: Salsichas, bacon e enchidos são cancerígenos, diz a OMS
- The Lancet Oncology: The Lancet Oncology

Nenhum comentário:

 
;