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Desinformação: A Palavra Deliberadamente Duvidosa

terça-feira, 15 de julho de 2014 |

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Guia de recomendações da CIA publicado na internet mostra como a desinformação é utilizada pelos oficiais de inteligência.

Os conhecedores da deliciosa ironia devem ter ficado satisfeitos quando a última edição do "Style Manual & Writers Guide for Intelligence Publications" da CIA circulou online na semana passada.

O guia de estilo de 185 páginas, que fez agradecimento público ao pedido da Freedom of Information Act (FOIA) por um grupo de advogados conhecidos como conselheiros de Segurança Nacional, salienta que "a boa inteligência depende, em grande parte, de uma redação clara e concisa."

Mas dentro de suas páginas há um lembrete de que os oficiais da inteligência não são sempre tão sinceros em sua comunicação. Em uma seção sobre "palavras possivelmente problemáticas", os significados de "misinformation" (informação errada) e "disinformation" (desinformação) são cuidadosamente distinguidas. "'Desinformação' refere-se ao criação deliberada de relatórios falsos", aconselha o guia de estilo. "Misinformation" ou 'Informação errada' equivale em significado, mas não carrega a mesma conotação duvidosa".



A "conotação desonesta" de "desinformação" se originou na disputa da Guerra Fria de agências de inteligência de ambos os lados da Cortina de Ferro. A palavra alcançou primeiro os jornais de língua inglesa, no verão de 1954, em relatórios sobre uma audiência da Australian Royal Commission sobre as alegações bombástica de espionagem soviética. Vladimir Petrov, um oficial da embaixada soviética em Canberra, havia concordado em fornecer provas de espionagem, em troca de asilo político. Petrov levantou o véu sobre as maquinações globais da KGB, incluindo a existência de um departamento inteiro responsável pela "divulgação de informações enganosas", conhecida como a seção de desinformação.

A palavra de Petrov foi uma tradução direta do russo "dezinformatsiya", possivelmente inspirada no francês "désinformation." O The Economist maravilhou-se com o anel orwelliano dela, escrevendo que "só podemos ser gratos às autoridades soviéticas por proporcionar tal termo altamente necessário."

A palavra tinha, de fato, já sido vista em alguma circulação modesta em inglês. O The Merriam-Webster New Book of Word Histories observa que já em 1939 a palavra "desinformação" apareceu em um relatório sobre as atividades de inteligência que antecederam a Segunda Guerra Mundial. O  "Disinformation Service" alemão foi descrito como estando engajado na "fabricação de falsos planos militares com o propósito expresso deles serem roubados por governos estrangeiros".

Mas a revelação da Seção de Desinformação da KGB trouxe a palavra em um uso mais amplo, incluindo os membros da comunidade de inteligência dos EUA, que, por vezes, estão envolvidos em suas próprias campanhas de engano intencional...

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Fontes:
- Disinformation: Disinformation: A Deliberately Devious Word
- The Wall Street Journal: Disinformation: A Deliberately Devious Word
- Quartz: Writing tips from the CIA’s ruthless style manual
- Style Manual & Writers Guide for Intelligence Publications (PDF)
- Google Books: The Merriam-Webster New Book of Word Histories

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